Rato-do-pacífico
O rato-do-pacífico ou kiore (Rattus exulans) é uma espécie
de mamífero roedor com uma distribuição geográfica vasta na zona do Pacífico e
Sudeste Asiático. Originalmente confinado ao continente, o rato-do-pacífico
acompanhou a expansão polinésia pelos arquipélagos do Pacífico, colonizando
juntamente com o Homem ecossistemas até então livres de predadores do seu
género. O rato-do-pacífico, que se adapta a uma grande variedade de habitats,
desde que haja alimento em abundância, é considerado como uma espécie invasora,
responsável, pelo menos em parte, por inúmeras extinções de espécies nativas,
em particular de aves não voadoras ou que nidificavam ao nível do solo.
O rato-do-pacífico é um roedor esguio, com cerca de 15 cm de
comprimento e cerca de 80 g de peso. As populações que vivem em climas frios
são maiores que as de climas tropicais. A cauda pode ser tão comprida como o
resto do corpo e está coberta por pequenas escamas. A pelagem é de cor castanha
e a zona ventral é esbranquiçada.
A época de reprodução dos ratos-do-pacífico é contínua: cada
fêmea pode dar à luz até quatro vezes por ano. Cada ninhada contém em média
quatro juvenis, mas o número varia com a quantidade de alimento disponível. O
período de gestação é de 19-21 dias e as crias tornam-se independentes da
progenitora com cerca de 4 semanas de idade. A maturidade sexual é atingida com
cerca de oito meses. A rapidez de reprodução e maturidade do rato-do-pacífico é
um dos factores do seu sucesso ecológico.
O rato-do-pacífico é uma espécie oportunística que coloniza
com sucesso uma enorme variedade de ecossistemas e que consome uma grande
diversidade de alimentos, incluindo folhas, ervas, sementes, frutos e pequenos
invertebrados como minhocas e insectos. A sua grande preferência é, no entanto,
a cana-de-açúcar que, quando disponível, representa 70% da sua dieta. Na
presença de espécies nativas inadaptadas à sua presença, o rato-do-pacífico
explora todas as facilidades, alimentando-se de ovos e juvenis de aves ou
répteis. Os ecossistemas da Nova Zelândia foram particularmente afectados pela
introdução do rato-do-pacífico, que chegou juntamente com os maori. A invasão
conjunta de humanos, roedores e outras espécies invasoras provocou uma
hecatombe nas espécies locais e uma série de extinções.
O rato-do-pacífico não tem importância económica para o
Homem, pelo contrário, provoca destruição de colheitas de cana-de-açúcar, em
particular no Havaí. Outras colheitas afectadas são o cacau, ananás, coco,
milho e arroz. Por causa desta ameaça à agricultura e ecossistemas locais, a
erradicação do rato-do-pacífico está em curso em muitos arquipélagos do
Pacífico.
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